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MY WAY-2012-III

SUMÁRIO: *** COSMIC MEMORY *** GNOSE VIBRATÓRIA - EM DEMANDA DO GRAAL - O LABIRINTO DA ETERNIDADE - NA SENDA DO MARAVILHOSO - ENERGIAS E SINERGIAS

Wednesday, May 24, 2006

HARTMANN 93

1-4 - 93-05-24-rh-fi> = ficções da radiestesia - 15710 caracteres ee-III>adn> Ficcoes

HÁ UM LIMITE DE CONTRADIÇÃO PARA A RADIESTESIA

Cabo, 24 de Maio de 1993

+ 16 PONTOS

Meu Caro AC:

1 - Quem muito se preserva, acaba feito um preservativo. Quem muito se acautela, acaba em bilhete de Lotaria. Quem muito se previne, acaba em prestação da Previdência Social. Esta história dos nós de Hartmann pode ser, como brincadeira, desejável - dada a interminável chatice da Vida - mas não me parece que tenha muito a ver com a Radiestesia, aquela, pelo menos, que postula um sentido muito preciso para as energias: de cima para baixo e não de baixo para cima, dizem eles. Pelo menos, até ontem às seis e vinte, é isso que a Radiestesia nos diz, quando fala de Chacras ou de yogas em geral. E é por isso que a Radiestesia é crítica em relação aos yogas, que seguem no sentido inverso: de baixo para cima. Nesse caso, e se a Radiestesia não introduzisse um eixo totalmente inverso, não estaríamos aqui a acreditar na Radiestesia como única saída. E estávamos todos a ver a Violência em estado puro que emana do Canal da TV, especializado em Violência. Mas é precisamente este facto - a Violência institucionalizada e assoprada através dos media - que torna a meu ver ridículas as excessivas preservações contra nós de Hartmann e outras miasmas meio ambientais. Se a violência está em toda a parte...

2 - Mas é aí - como única saída deste buraco de Ratos - que a Radiestesia parece também disposta a deixar-nos à porta de língua de fora e de boca aberta. O Jogo das Contradições é surrealista e divertido; mas convém não abusar. Por acaso não gosto muito de jogos, mas admito que haja quem goste.
A verdade é outra, meus senhores. Há uma zona da realidade - aquele que pisamos mesmo sem a ajuda de ilustres e competentes pedólogos - em que precisamos da lógica para ficar de pé: a lógica são os pés do espírito, e o ilustre Pedólogo que o diga. Mas acontece que eu vim para a Radiestesia exactamente por não ter onde cair morto e porque os pedólogos não funcionavam. Para o meu caso - de miséria total - não funcionavam. Ou levavam demasiado caro pela consulta. Ou funcionavam no antigo sistema, sob o anterior canal. E tudo começou - se bem me lembro que assim me ensinaram - com o novo canal. Só que agora o que era ontem - Radiestesia dixit - também já não é hoje. O novo canal, a 26 de Agosto de 1983, era a Era do Aquário. Mas hoje já não é. Ou antes: é. Dizer que é um novo canal e que coincide com a Era do Aquário, afinal qual é a diferença?

3 - Mas o surrealismo - que eu sempre adorei, felizmente, e por isso é que entrei a fundo na surrealista radiestesia - aplicado a toda a hora pode tornar-se obsceno de obesidade. Não se faz amor a toda a hora nem em todos os lugares. Há recato. Por isso a contradição sistemática, em certas circunstâncias, aparece obscena. Porque há um limite de contradição para a Radiestesia e todos nós sabemos qual é. Embora eu me preserve de dizer aqui qual é esse limite. Porque eu tenho pudor. E sei os limites da palavra. Nem todas servem, ainda que todas sirvam. Por amor de Deus!

4 - Voltando ao excesso de preservativo. Se eu não fizer outra coisa do que medir os nós de Hartmann, não faço outra coisa do que andar a mudar a cama. E de casa. E esse é um dos luxos a que alguns se podem dedicar, mas não os que ainda têm sorte de ter uma casa, de ter um quarto onde ficar, como é o meu caso. Por isso o geotelurismo assume, face aos que, como eu, estão ameaçados de ir dormir para debaixo da ponte, assume aspectos de afronta. Que, cautela, não pode passar à conta de mais uma liberalidade surrealista da Radiestesia. Há que ter pudor pela pobreza de cada um. Pela minha em particular. O meu problema não é de casa: tenho a grande casa do Céu todo por minha conta. O meu problema é de não ter onde cair morto. Embora vontade não me falte.

5 - Compreendendo perfeitamente que, por medida de precaução, pessoas altamente sensíveis às energias, evitem levar com energias que lhes são enviadas. Compreendo que se fuja dessas emissões perniciosas, como eu por exemplo fujo dos camaradas e guardas do Gulag com mau hálito. Mas isso leva a que, por exemplo, eu não possa transmitir as mensagens críticas que tenho para transmitir aos meus mestres e gurus, sob o pretexto de que essas mensagens levam uma carga energética nociva. Agora compreendo porque a maior parte das mensagens que envio, não são lidas. Nem sei se são lidas energeticamente.

6 - Avisam-nos a toda a hora: com as energias não se brinca. Podemos estar a fazer magia negra de cada vez que rogamos uma praga a alguém. Ora aí está: é um belo aviso, esse. E eu vou ter mais cautela, quando tiver que rogar uma praga ao meu querido patrão, por ser o único e total responsável por me ter metido num campo de concentração, vai para três anos. Devo então, evangelicamente, tolerantemente, cristãmente, é ter pensamentos positivos e endereçá-los, com uma pombinha na ponta... ao meu querido patrãozinho, que Deus nosso senhor o preserve. Pois é: à luz desta beatífica concepção da Radiestesia, somos todos irmãos, devemos amar seis vezes os nossos inimigos, devemos nutrir pensamentos positivos para o nosso carrasco e, se possível, oferecer a face direita depois de nos ter esbofeteado a esquerda, ou vice-versa.

7 - Entretanto, somos particularmente cautelosos e preservamo-nos, devemos preservar-nos das energias nocivas que não fazem outra coisa do que andar a tramar-nos. Mas quando o destino nos meteu na radiestesia, sabia perfeitamente que nos metia no meio da Guerra. Nesse caso, porque encolhemos agora o cu e não fazemos outra coisa do que medir, meticulosamente, os nós de Hartman do nosso apartamento, da nossa quinta das palmeiras, da nossa casa de praia, da nossa casa de serra, porque é evidente que quem anda na Radiestesia tem que ter bens, tem que ser rico. E ficar familiarizado com hoteis de 5 estrelas.

8 - Tudo vai dar sempre ao dinheiro, como nos dizem frequentes vezes na Radiestesia. Ao maldito MAGA GAU GAS. Nesse caso, os pobres estão â partida excluídos. Isto para não falar dos pobres de espírito. A Radiestesia como investimento num futuro profissional, também nem pensar. Cada seminário, começa e acaba com um grande recado contra os que andam aqui nisto para ver se são terapeutas e ganham bom dinheiro. Nem pensar: isto é uma terapia mas não é uma terapia, isto é um curso mas não dão diplomas, isto é um modo de vida mas é só para alguns. Ao vulgar anãozinho como eu, só resta pagar os seminários e aceitar, com um sorriso nos lábios, os recados declaradamente nada gentis do Jean Noel.
Afinal, isto é um processo iniciático, cada um tem o seu, nunca ninguém pode copiar ninguém e do que se trata é pagar os seminários para este jogo, que nem sequer como a roleta é aleatório, que nem sequer é de azar, mas que já se sabe vai terminar em branco. Nem sequer - nem sonhes! - vai dar uma hipótese de número premiado. Porque isso - não sei se topas - tem a ver com a impecabilidade e os chamãs de D. Juan, que sabiam de processos iniciáticos, falam exactamente da «impecabilidade». Tanto como os zen budistas, que usam o método gentil da ponteirada.
Portanto, quem se abeire deste ou de outro método, já sabe: à conta da mensagem da esfinge, que manda amar seis vezes, leva seis ponteiradas a cada pergunta, indiscreta e desestabilizadora do sistema, que fizer.

9- Aliás, como se vê, não há praticamente dúvidas. Está tudo claro como água. O discurso da Radiestesia não suscita questões. Em todos os seminários, os seminaristas perguntam se há dúvidas e as pessoas - que parece estarem condicionadas por um egregor - nem tugem nem mugem. Não há mesmo dúvidas. Nesse caso, o que há? Há progresso interior, muito progresso interior, há os famosos stresses que um dia, quando estiver a fazer tijolo, o Aprendiz vai saber o que é. Como vai saber tudo o que até agora não sabe. Mas para saber - recorde-se - tudo o que não sabe, é que ele, o pobre tolo se meteu na Radiestesia.

10 - Mas um processo iniciático é mesmo isto: nunca se sabe nada do terreno que se pisa. Entretanto, quanto mais ponteiradas levar na tola, melhor. E quando estás a pisar uma cobra, meu caro Afonso Cautela, só sabes que é cobra quando a cobra já te picou e inoculou o veneno mortal. Se tens a mania de lançar ao papel as tuas dúvidas, serás motivo de desconfiança, porque todos os terapeutas fogem das mensagens escritas como o Diabo da cruz. No entanto e logo a seguir, sem sombra de contradição, dizem: «escreve, escreve sempre, porque só assim integras o sonho que sonhaste». Mas logo a seguir, dizem: «Escrever? Que horror! É obra do Diabo, de Satanás. Pela escrita eu posso cometer pecado e fazer - sem querer? - magia negra. Afinal, quando exorciso - pelo palavrão violento - o veneno tóxico que me avassala a alma, estou a transmitir, como um vómito venenoso, para o papel esse tóxico. E alguém, vibratoriamente sensível, vai apanhar com esse veneno se o ler.

11 - Portanto, preservai-vos porque no preservar é que está o ganho. E quando tiveres, meu caro Afonso, que desabafar as dúvidas que te vão na alma, por teres lido já trinta vezes os livros de Guillé e Noel, guarda as dúvidas ou leva-as para a casa de banho e limpa o cu com elas. Ninguém poderá dizer é que este acto surrealista não está de acordo com o surrealismo geral que o método admitiu ser. Admitiu em certo momento, porque no momento seguinte já não será isso mas outras coisa.

12 - Este discurso, por exemplo: já está à partida enquadrado numa das dez respostas feitas que existem dentro da Radiestesia: ou é mais um stress da minha ESQUIZOFRENIA (e é); ou é fruto de um determinado momento, ( por sinal cósmico e que, como se viu, anda a assaltar muita gente, nomeadamente na área psiquiátrica). Ouviu-se aquele comovente testemunho de uma doutora psiquiatra e eu, que sou potencialmente um cliente da Psiquiatria, compreendo perfeitamente que, desde o dia 11 de Maio, tem sido cá um corropio de sobressaltos surrealistas que só visto. Agora que me enquadram num momento cósmico, sinto-me mais à vontade, sinto-me mais confortável: afinal não sou só eu o maluco, até uma senhora, distinta psiquiatra, se queixa de manifestações perfeitamente apocalípticas. Mas não esqueçamos que Lupasco é rei na Radiestesia, com a sua lógica do Contraditório. E que todos os residentes do Júlio de Matos - onde eu tenho consulta de rotina todos os meses - são peritos na lógica do contraditório. A que Etienne Guillé chama análise global dos sistemas, com base no estudo de Bertalanffy. Eu, por sinal, cheguei à lógica do contraditório pelos surrealismos. E por achar piada aos paradoxos. Portanto, aí está uma matéria na qual a Radiestesia - sinceramente e sem arrogância - nada tem a ensinar-me. Nem em matéria de merda condensada: essa é a minha especialidade, eu que, como terapeuta, sou especialista em fotocópias e em traduzir textos dos outros e a mais não devo, como terapeuta, aspirar.

13 - Mas lá que gostava de saber como energeticamente este texto vai fazer vibrar o Pêndulo do meu querido Manuel, lá isso gostava. A propósito de querido. As cartas de amor que eu escrevo, como esta, e que têm um destinatário (neste caso o destinatário sou eu) regra geral ficam pelo caminho da não leitura. Mas - energeticamente falando - pelos vistos basta tê-las escrito para irem até ao destino. Meu deus! se eu um dia desconfio que me basta escrever e mandar ao papel todo o meu amor ou ódio a certa gente para que esse ódio vá direito ao alvo, dou em doido. A verdade, meus senhores, é que eu preciso de escrever no papel para não ficar com a merda toda cá dentro. Nesse caso e se me ponho com escrúpulos, ingorgito e tenho uma apoplexia por excesso de energia-lixo dentro de mim.

14 - Mas, afinal, com a história dos nós de Hartmann, o que nos dizem sempre é que não devemos atirar pró vizinho o que não queremos pra nós. Brigado. Mas então fica como solução sempre o Gato e só o Gato. Só o Gato tem antenas. Só o Gato tem o número de oiro inscrito no genes. Só o Gato serve de termostato e de modelo ao ser humano. Só o Gato é uma estrutura dinâmica. Todas as outras - dizem-nos - têm riscos. E vai haver quem acabe maluquinho obcecado com as correntes telúricas, querem ver? Se eu soubesse que o curso era tanto geotelurismo tinha-me ficado em casa sossegado, à espera de a tempestade passar, escusava de me ter filiado na Radiestesia.

15 - A propósito das energias que emitimos, e da inerente responsabilidade, espero que Radiestesia e os terapeutas mais experimentados assumam na totalidade essas responsabilidade: e que, mais uma vez, ela não seja só para uso da plebe. A Radiestesia sabe perfeitamente que se permitiu abrir a caixa de Pandora. Escusa de ter complexos de culpa por isso, mas escusa também de me querer escusar aos riscos inerentes: e pode acontecer que alguém, «mexido» pela radiestesia, tenha reacções desagradáveis para o terapeuta. Eu pergunto-me se o Terapeuta assume ou se irá preservar-se? Nesse caso, nem uma redoma de vidro o preservará totalmente. Aliás, em matéria de meio ambiente que tudo condiciona - também peço as minhas desculpas mas já dei para esse peditório. E já dei tanto que agora já não me apetece dar nem mais um tostão. Quando os livros de Guillé falam de Ambiente, eu digo: Brigado, mas não me sirvo. Se eu tivesse que ficar acorrentado ao Ambiente não tinha ido para a Radiestesia. Foi para me desobrigar desse aprisionamento que fui. Portanto, agora, calma aí oh gente: eu vendi, dei e destruí os 5 mil volumes de ecologia e Ambiente assim como os de Geotelurismo e de Radiestesia empírica clássica, tudo virado para a Terra, a Mãe Terra, a Madrasta terra e a Puta da Terra. Durante 12 anos escrevi semanalmente todas as semanas uma crónica que por sinal se chamava «do Planeta terra». Imagine-se como eu era bonzinho nessa altura e ecologista e amigo do ambiente. Portanto, agora não digam que estão muito preocupados com o buraco do Ozono. Se não, eu digo mesmo um palavrão.

16 - Energeticamente falando, esta carta deve ser uma bomba. A propósito de metáforas e de largueza de vocábulos - uma gigajoga divertida como se sabe - fiquei particularmente sensibilizado com o rigor de uma aluna que, no seminário de ontem, me ensina a verdadeira tradição da palavra «casser». Devo dizer que não gostei mesmo nada desta piada ordinária. Devo mesmo dizer, maternalmente, que fiquei fodido. Se «casser» significa partir mas não destruir, que raio então significava? Aliás, podia servir-me num caso destes de uma das famosas «respostas feitas» e dizer: então e os dois níveis de leitura. (Quem diz dois, diz três)
Os celebérrimos níveis de leitura. Pois é, sábia camarada: há dois níveis de leitura para a palavra «casser». E a dúvida de fundo permanece: as memórias das cassetes moleculares (nome bizarro!) são para destruir ou para cultivar? Já sei a resposta: nem uma coisa nem outra. São para destruir e para cultivar. Não são para destruir nem para cultivar. Aliás, há um terceiro termo - há sempre um terceiro termo! - e não apenas dois antagonistas. De maneira que o melhor é comer mais este sapinho vivo, o sapinho vivo da perpétua contradição dos termos. Porque - é evidente - há sempre um termo (e nem só um ) de significado intermédio, já que nada é assim ou assado, preto ou branco, sim ou não. O melhor em Radiestesia é o «NIM».
Pois é, pois. As respostas feitas da Radiestesia é que me divertem. Até às lágrimas. Mas aqui lágrimas, meu senhores, é lágrimas de riso, Lágrimas de sangue, Lágrimas de pranto. Lágrimas de tosse. Lágrima de Cristo. Lágrimas de flor. Já viram meus senhores quantos níveis de leitura para a palavra lágrimas? Nesse caso, camaradinha, meta a viola no saco com a sua tradução de «casser», porque eu vou continuar a traduzir destruir e cago nisso tudo.
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