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MY WAY-2012-III

SUMÁRIO: *** COSMIC MEMORY *** GNOSE VIBRATÓRIA - EM DEMANDA DO GRAAL - O LABIRINTO DA ETERNIDADE - NA SENDA DO MARAVILHOSO - ENERGIAS E SINERGIAS

Saturday, January 06, 2007

ETIENNE 1992

5048 caracteres da-10>adn>Diário de um Aprendiz>Relendo Etienne Guillé>

BURRO VELHO AINDA APRENDE LÍNGUAS?

Nunca fui, obviamente, de grandes entusiasmos e euforias. Nem de grandes paixões. À parte um ou outro livro, um ou outro autor, um ou outro amor, nunca fui de ficar suspenso e polarizado por alguma coisa ou ideia. Ou antes: fingi o que pude a mim próprio para me acreditar «fixado» em algo que desse sentido à vida. Mas exactamente porque nada me dava sentido à vida. E foi essa procura que julguei terminada quando encontrei o budismo tibetano. Mas, por inacessível, vi que não tinha capacidade de ir por aí, por esse caminho. Era um sentido, mas não era o meu sentido. No fundo, continuava a haver o vazio que tentava mascarar ora com o Guaraná, ora com acções militantes (a que os outros chamavam fundamentalismo ecológico). Mas tudo por pura embriaguês e dado que o álcool, nem vê-lo, porque me piorava a depressão em vez de a mascarar. Face à descoberta de EG - e da sua técnica espiritual - houve uma viragem. Não é mais um caminho: é O Caminho. Já não mascaro o vazio, mas acredito que o vazio pode finalmente ser vencido. É uma diferença subtil mas fundamental: equivale a uma viragem. Dizer que me vou consagrar as 24 horas do dia a este método, é verdade. E o resto vai perdendo importância. O ensaísmo de pensadores que tive como preponderantes, parece-me ultrapassado. A questão dos nacionalismos, lida em Edgar Morin, por exemplo, fica ultrapassada pela linguagem universal que é a linguagem vibratória. Quando milhares de pessoas falarem a linguagem vibratória como a sua língua materna, tenho a certeza de que muitas das dramáticas questões contemporâneas deixarão de ser problema. A escala de valores, no tempo e no espaço, a que agora me prendo, torna obsoletas ideologias e, inclusive, os dramatismos e as tragédias a que assistimos neste tempo de horror. Não é uma ilusão narcótica, mas um poder que desponta - o espiritual - capaz de tornar obsoletos os outros poderes, que tornam este mundo um inferno. O buraco de Ozono faz-me ainda estremecer. Mas, à luz de EG, é uma zona reduzida do espectro vibratório, tão relativa no tempo e no espaço que perde impacto na vida de todos os dias. Nunca consegui ser especialista em nada - mas a aprendizagem de EG, com todos os meus handicaps de falta de memória, aparece como a ciência de que eu posso, um dia, e finalmente, ser um estudante aplicado e com algum aproveitamento escolar. Tentei aprender o inglês, mas não tinha garra. «Burro velho não aprende línguas» soava-me sempre no meu complexo de inferioridade como uma vergonhosa obsessão. Burro velho, ainda não desdentado mas a caminhar para uma certa decrepitude, pode no entanto aprender a língua vibratória do novo mundo. Ilusão messiânica? Talvez. Mas a mais forte das ilusões que alimentei. Acho que vou ser um razoável falante da «linguagem vibratória» e se isso engorda o meu Ego, se é mesmo uma espécie de vingança pessoal de toda uma vida de frustrações, terei apenas que me cuidar dessa armadilha e não deixar que o Ego engorde. Quantas vezes não me carpi de tudo o que quis fazer e ser mas de onde fui sistematicamente irradiado. Quis publicar livros, publicar poemas, publicar ensaios. Quis ser crítico de vídeo, de cinema, de livros. Felizmente e por uma coisa ou por outra, já estavam sempre os lugares todos preenchidos. Havia tanta gente na bicha a empurrar-me, que me passavam sempre à frente. Ideias e projectos nunca me faltaram. Ainda hoje vejo outros a realizarem os projectos que não tive ocasião de realizar! Até a Luísa Costa Gomes me tirou a ideia de ficcionar a vida de Ramon Lull. Quereria ter sido chefe de redacção de uma revista de saúde: houve sempre quem chegasse primeiro, ou quem me tirasse de lá para se sentar. Quis ganhar prémios literários, houve sempre quem os ganhasse por mim. Quis ter um editor: conheci muitos, mas não consegui ter um editor. E enchi caixas de diários que são, no fundo, o raconto de todos esses e outros fracassos. Como é que agora a alquimia me parece uma démarche tão acessível? Talvez porque acredito no Pêndulo como nunca consegui acreditar em deus. Nas linhas e entrelinhas de EG é Deus que espreita, como se fosse, ou viesse a ser, acessível. Apenas uma questão de vencer etapas, muito precisas e desenhadas geometricamente. Já nem é a sensação de amor-ódio que, meses atrás, a leitura de Guillé me dava. Se tiver que me separar da maior parte dos livros que correspondiam a projectos de trabalho, será mais fácil separar-me agora, porque todos os meus projectos irradiam de e conduzem a um único: aprender a linguagem vibratória e ajudar as pessoas em SOS. A própria macrobiótica, mensagem que ninguém quer ouvir, é agora uma informação mais fácil de passar aos que sofrem, se tiver o grande argumento e instrumento do Pêndulo, a quebrar resistências e a abrir circuitos, sequências de ADN. O melhor que aprendi, do pouco que aprendi, do nada que decorei, pode chegar junto das pessoas. Que eu vou conseguir amar com a ajuda de EG.
Lisboa, 26/11/1992
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