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MY WAY-2012-III

SUMÁRIO: *** COSMIC MEMORY *** GNOSE VIBRATÓRIA - EM DEMANDA DO GRAAL - O LABIRINTO DA ETERNIDADE - NA SENDA DO MARAVILHOSO - ENERGIAS E SINERGIAS

Friday, January 05, 2007

ALMA 1992

92-11-21-DR- peixes- - transcrição doc de um único file wri de nome peixes - diário de uma descoberta - peixes- diario92- cartas- diário de um aprendiz - relendo guillé

OS VENENOS DA ALMA

Lisboa, 21/11/1992 - «É como se tivesses encontrado o talismã que te vingasse de todas as frustrações e humilhações passadas. Aí, no pêndulo de Guillé, surge o caminho que sempre procuraste. Por acaso, é o caminho para a Luz. Mas isso até nem te enche de especial regozijo. Agora terapêutico, sem dúvida que sim, que é. Não cura mas ajuda a reduzir um pouco a obsessiva depressão»
Afinal, tudo o que ficou para trás, encontra agora um sentido. E já estou menos triste, menos humilhado de não ter o que toda a gente da minha convivência tem: um carro, rotina do mínimo de abundância a quem quiser hoje ter estatuto social e bilhete de identidade. Sem carro, fui cuspido para o bando do lumpen. Mas hoje essa falta na minha biografia, custa-me menos porque e quando penso no pêndulo de Guillé, que não é - frise-se - o de Foucault. Há a esperança de, não tendo tido direito ao banquete terreno, me ser permitida agora uma estreita passagem para o banquete divino. Tudo se encaixa sem fissuras na dialéctica desta equipa. E as maiores banalidades ditas por bruxedo, têm ali uma explicação matemática. Superstição é menos baixo do que magia negra, do que psicanálise, do que magnetismo. A selecção vai-se fazendo com uma espontânea naturalidade. Estou quase a aceitar o que nunca quis aceitar, por preconceito de classe: uma organização hierárquica da realidade. Porque - por mais yin yang em que esteja enfronhado - é necessário aceitar uma escala hierárquica. Há 14 níveis vibratórios, informa o Jean-Noel, e não há mais do que aceitá-lo. «Se partirmos do princípio de que Deus existe...» acrescenta ele. E de facto, se não partirmos dessa hipótese de trabalho, não podemos perceber porque é que a Luz Branca é o resultado da fusão de todas as outras cores. E é. A Luz Branca ( a que podemos chamar Deus, por facilidade terminológica) desdobra-se, aos diversos níveis vibratórios, através de verdadeiras baterias de prismas... A luz branca filtrada por todos esses prismas, reaparece nas sete cores do arco íris. E por aí adiante.
Voltando ao meu «complexo de humilhação», é inegável que Etienne Guillé me reconforta, porque me diz: «Tu és um miserável, sempre foste, mas agora tens hipótese de chegar à Luz Branca e o facto de teres um currículo tão miserabilista, vai ajudar-te na escalada para Deus. Afinal, foi com certo sacrifício que pagaste vinte contos pelo seminário e quase 12 pelos livros...».
O teu complexo de culpa também fica mais atenuado: «Pode ser que agora possas ajudar melhor os outros, como sempre sonhaste.» Curiosamente, parece-me que já sou capaz de transmutar (dar a volta por cima) as sevícias diárias, porque acredito poder vir a ser útil aos outros. Alguma esperança, no meio do desespero do mundo, torna-nos menos egoístas e maus.
«Tudo o que fizeste foi para sair de um cul de sac - o cul de sac da depressão. Do tédio. Da angústia. Quando os intestinos não funcionavam durante 15 dias, era o que sabes. Era algo de inimaginável então o que sofrias, face ao que hoje sentes com o intestino parado só que seja um dia. Ainda falta muito, é como transmutar o ódio, energia tão densa que mete medo. E de que estás rodeado, aí, como uma ilha. Já reparaste que soa a beatismo tudo o que disseres das ultrapassagens dos venenos de alma? Ultrapassar a nomenclatura que o catecismo católico inquinou, não é tarefa nada fácil, não.
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