MEDICINA ALQUÍMICA
na primeira linha para editar on line em complete works – foi o meu trabalho de curso na ESCH - 12 páginas - capítulo do livro principal-ariadne-0
A MEDICINA ALQUÍMICA MODERNA
ANTECEDENTES HISTÓRICOS E BIBLIOGRÁFICOS
O CONTRIBUTO DE DOIS PORTUGUESES:
I - FRED VASQUES HOMEM
II - ARAÚJO FERREIRA
«O todo é qualquer coisa mais do que a soma de todos os seus componentes.»
Emanuel Kant (1724-1804)
«Autopsiei milhares de cadáveres, mas nunca encontrei vestígios de alma.»
Rudolfo Virchov (1821-1902)
«A descoberta da quarta família de ondas - ondas biológicas - marcará para a humanidade o começo de uma nova era em que o homem, bem equipado, lutará eficazmente não só contra a doença crónica mas também e sobretudo contra a velhice e a decadência.»
Marcel Violet
A CURA INICIÁTICA ATRAVÉS DOS TEMPOS - UMA DIFICULDADE PRELIMINAR
15/11/1998 - Se de facto há uma conspiração histórica e cósmica que data de há 41 mil anos- e que a bíblia dos cristãos registou com o nome de Queda - poderemos ainda, em 1998, estar a viver sob esse clima de conspiração, o que, não parecendo, tem tudo a ver com a actual processo de licenciamento desta Escola e, portanto, com o próximo destino das medicinas naturais, herdeiras, não o esqueçamos, das medicinas sagradas de sempre.
É precisamente esse fio de Ariadne - que nos trouxe desde o continente Mu até Novembro de 1998 - o que falta estabelecer.
A linha de continuidade entre a origem do homem (a famosa hominização, em que fala a ciência profana) e o seu destino, perdeu-se. O ser humano perdeu o alfa e o ómega, o que poderá explicar a Queda bíblica e tudo o que até hoje sucedeu na sua sequência.
Essa linha foi várias vezes cortada e quase sempre de maneira violenta ou sangrenta.
Contam-se alguns episódios dessa conspiração e não havendo datas precisas, é necessário seguir as pistas que, no entanto, e apesar dos conspiradores estarem activos e por todo o lado, ainda nos são acessíveis.
A maior parte dos indícios não têm data precisa. E esse é um dos problemas para o investigador que queira fazer uma cronologia clara e transparente das ocorrências. Ele terá que se meter a detective, seguindo pistas que lhe são dadas por indícios, quase imperceptíveis, a maior parte das vezes.
A procura da verdade - ou seja, as origens e natureza da cura iniciática - terá de ser hoje, em tempo de conspiração mais do que nunca assanhada, uma verdadeira procura policial. E o investigador em Noologia , um detective da estirpe de Sherlock Holmes.
Não é por acaso que Etienne Guillé, no seu livro «Le Langage Vibratoire de la Vie», avisa o leitor de que irá assistir a uma verdadeira «investigação policial».
Nesse livro que ele considera de investigação policial, Etienne Guillé descodifica, através da linguagem vibratória de base molecular, muitas das inscrições egípcias e hieróglifos, bem como alguns aspectos, até agora escondidos, do alfabeto hebraico.
A descodificação de símbolos é a mais difícil démarche do historiador, do detective do sagrado.
Porque as mensagens mais importantes sobre a verdade iniciática chegaram, até nós, por via simbólica. Tudo o que sobre cura iniciática nos chegou através da palavra «exotérica» está inquinado pelo veneno da conspiração, ou seja, pelo ardil da mentira e da fraude.
O que os historiadores da medicina nos dizem do Egipto, por exemplo, é a parte exotérica, pública e profana da sabedoria médica dos egípcios. Aquilo que «transpirou », digamos, para a praça pública. Para a comunicação profana a que mais tarde, muito impropriamente, se chamou «exoterização» do conhecimento.
A verdadeira medicina iniciática continua, provavelmente, oculta, à espera do detective que a descubra.
E uma das causas que mais contribuíram para que a verdade continuasse escondida foram, com certeza, as agora chamadas «ciências ocultas», completamente ao serviço da conspiração histórica e cósmica a que a bíblia chamou a Queda.
O que hoje dá pelo nome de «ciências ocultas» é uma matilha de ladrões, fazendo um alarido ensurdecedor, de modo a que o silêncio não se ouça e esteja mesmo ameaçado para sempre de não se ouvir.
A ausência de datações precisas - ou mesmo a total ausência delas - é a dificuldade que o «detective do sagrado», na pista da cura iniciática, terá que enfrentar.
Uma coisa é o tempo «Cronos» e com ele trabalham os cronistas e historiadores do visível, do que é (ou foi) público e notório; outra coisa é o «Kairós» , tempo interior que marca a vivência do sagrado; e outra coisa ainda é o «AEION», dimensão do não-espaço e do não- tempo, a que os egípcios chamavam muito simplesmente eternidade.
Há também a questão da escala para dificultar a vida ao investigador da medicina iniciática.
Se há uma conspiração cósmica - como se postula neste trabalho - ela pauta-se por grandes períodos de tempo (Cronos) ou eras. São os ciclos que algumas tradições como a hinduísta tentaram estabelecer.
A precessão dos equinócios, fenómeno astrofísico que a ciência profana conseguiu dominar, é o quadro de fundo onde podem assentar, com segurança, os dados tradicionais sobre a medicina iniciática .
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QUEM QUEIMOU A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA?
Data-referência nesse processo de contaminação histórica, deverá ser, claramente, o incêndio da Biblioteca de Alexandria, onde se guardavam, provavelmente, os textos que nos poderiam hoje, se decifrados, dar alguma informação acerca da iniciação e da medicina iniciática no Egipto, herdeira da Atlântida e do Continente Mu.
O próprio incêndio da Biblioteca de Alexandria - claramente «fogo posto» - está por decifrar: tanto podia dever-se às «forças inimigas» da sabedoria (para acabar de vez com ela) como se poderia dever aos seus adeptos, receosos de que os últimos segredos do cosmos e da vida caíssem em mãos profanas.
Hoje em dia, segundo as pistas disponíveis, os sinais e indícios suspeitos, trata-se de «reconstituir» , dentro do humanamente possível, esse «puzzle» que foi destruído pelo fogo.
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A MEDICINA ALQUÍMICA MODERNA - ANTECEDENTES HISTÓRICOS
I - O CONTRIBUTO DE FRED VASQUES HOMEM
Com uma obra vasta e notável em favor das medicinas naturais, o médico alemão Fred Wachsmann, que adoptou Portugal como sua pátria, passando a usar o nome de Fred Vasques Homem, tem um livro que nos pode guiar no percurso proposto neste trabalho, aquilo a que chamámos o fio de Ariadne, o roteiro que possa levar o investigador à reconstituição das medicinas alquímicas e sagradas.
O livro de Fred Vasques Homem, «Milagre e Fé na Cura», publicado em Lisboa em 1953, dá algumas pistas ao historiador das ideias médicas que queira fazer a triagem dos vários fenómenos em presença:
auto-sugestão
charlatanismo puro
fé mística.
hipnotismo
magnetismo humano
milagre
poder curativo natural
prece
Se o livro peca por fazer uma mistura de tudo isto, sem critério selectivo de qualidade, abre, no entanto, ao historiador criterioso a hipótese de realizar uma impiedosa selecção que separe o trigo do joio.
A mesma exigência selectiva deverá pedir-se para a lista quase exaustiva de terapias que o Dr. Fred Vasques Homem propõe, na ânsia talvez ingénua de querer mostrar as alternativas que existem àquilo que chama a «medicina escolar».(Ver essa lista em anexo).
Da mesma forma, ele mistura o bom, o mau e o péssimo, nesta listagem que, no entanto, vale a pena registar, com vista a uma avaliação crítica que possa vir a ser feita pelo investigador das alternativas terapêuticas.
A listagem apresentada por Vasques Homem serve ainda para mostrar algumas modalidades que poderão confundir-se com «cura iniciática» mas que, nem de longe nem de perto, têm alguma coisa a ver com isso. Em alguns casos são mesmo a sua contrafacção.
Imposição de mãos
Magnetismo
Hipnotismo
Mesmerismo, são práticas que se podem fazer passar por cura iniciática ou cura alquímica sem terem nada a ver com isso.
A CHRISTIAN SCIENCE DE MARY BAKER EDDY
Um caso relatado por Vasques Homem e que se deverá situar mais no âmbito do fenómeno social (sugestão colectiva) do que propriamente como fenómeno terapêutico, é o de Mary Baker Eddy ( 1821-1910), fundadora da Christian Science e a quem o escritor Stefan Zweig dedica também um capítulo do seu livro «Cura do Espírito», aliás um «romance biográfico» fascinante de 3 figuras romanescas: Freud, Mesmer e Mary Bakker Eddy. O livro de Zweig é um «brain storming» para os que se interessam em aprofundar os mistérios da alma humana e o potencial curativo do ser humano que a ciência académica teima em ignorar.
Embora nenhum dos nomes biografados por Stefan Zweig tenha que ver com cura iniciática, eles podem figurar neste roteiro de trabalho.
EGRÉGORAS
Fenómeno que hoje se encontra mais difundido do que se julga - pois joga na simulação e na dissimulação - a egrégora citada por Vasques Homem, é assim definida pelas suas palavras:
«Os teosofistas, rosacruzes e outras seitas semelhantes costumam praticar as chamadas egrégoras em que alguns indivíduos cheios de fé, formando um círculo, elevam o pensamento e rezam à volta de um doente sentado no centro ou da sua fotografia.»
Há duas incorrecções imperdoáveis neste texto de Vasques Homem, só desculpáveis pela época em que ele escrevia:
a) Teosofia e Rosacruzes não são seitas mas respeitáveis correntes de ideias , escolas tradicionais com raízes que merecem a atenção não facciosa do observador honesto e imparcial;
b) A egrégora - que não conhecemos como prática dessas correntes - serve hoje, aliás, para distinguir as «seitas» místicas da verdadeira iniciação que rejeita egrégoras, incensos e outras artimanhas de lavagem ao cérebro.
Parasitismo, vampirismo, manipulação e tráfico energéticos caracterizam a figura da egrégora, relativamente à qual a iniciação deverá fazer um corte radical e implacável.
Mais injusto ainda é o autor quando, ao relembrar Rudolfo Steiner (1861-1925), classifica a Antroposofia de «seita mística» e uma «mistura de filosofia oculta e farmacologia (que) produzem curas e milagres.»
Rudolfo Steiner talvez não fosse um iniciado mas como intelectual preparou (adubou) o terreno das ideias para que emergisse a Gnose Vibratória de Etienne Guillé, seu sucessor, único método iniciático que hoje subsiste fora dos grandes sistemas religiosos como o do budismo tibetano.
Um outro ponto que Vasques Homem trata de maneira leviana é o do «telurismo» que associa ao electromagnetismo.
Em 1953 ainda talvez não se visse mas hoje, com as redes telúricas do filósofo alemão Nicolai Hartmann (1882-1950), a chamada Geobiologia ou Medicina do Habitat tornou-se um capítulo importantíssimo da ecologia humana e, portanto, das terapias holísticas e energéticas. As «casas de cancro», como foram designadas, entre outros autores por Roger de Lafforest, são infelizmente um facto e, à parte as especulações que possam ter sido feitas, a ecologia do habitat e a influência de energias telúricas merece um lugar de honroso destaque na ciência naturológica. Até porque o antiquíssimo Feng -Chui dos chineses vem dar background histórico à moderna geobiologia .
VÁRIOS NOMES PARA O KI
Aquilo a que a medicina tradicional chinesa chama ki e shen, teve outros nomes em outras culturas.
Vasques Homem, atento, registou esses nomes que um historiador da Noologia naturológica deverá guardar com cuidados maternais:
Akasha (Teosofia, Helena Petrovna Blavatsky)
Alcahest (Paracelso)
Fogo gerador ( Heraclito)
Fogo vivo (Zoroastro)
Força neurica radiante (Bailly/ Barety)
Luz astral (Kaballah)
Magnetismo animal (António Mesmer)
Onda ódica
Orgone (Wilhelm Reich)
Prana (Hinduísmo)
Telesma (Hermes)
Estes nomes são, por si só, referências imprescindíveis num roteiro de pesquisa sobre o sagrado e a cura iniciática através dos tempos, sendo possível estabelecer uma cronologia seguindo os autores repertoriados:
Franz Anton Mesmer ( 1734-1815)
Helena Petrovna Blavatsky ( 1831-1891)
Heraclito (540 a.C.- 480 a.C.)
Hermes Trismegisto - séculos III e IV
Kaballah ( Primeiros anos da era cristã - século XI/XVI)
Paracelso ( 1493-1541)
Wilhelm Reich (1897-1957)
Zoroastro ou Zaratustra ( 628 a.C. - 551 a.C.)
Os nomes dados à energia ki ou Shen, podem sugerir um roteiro de pesquisa para o investigador que procure o fio de Ariadne em que temos falado neste trabalho.
À lista esboçada por Vasques Homem deverá juntar-se, como termo comparativo, os 4 elementos da tradição europeia - Fogo, Ar, Terra e Água e os 5 da cosmogonia taoísta: Fogo, Água, Madeira, Terra e Metal.
O mundo vibratório parece estar ainda por descobrir . E a cura iniciática é a sintonia com as diferentes frequências, os diferentes níveis vibratórios de consciência, os diferentes corpos desse mundo vibratório.
Rudolfo Steiner (e daí a sua importância numa história da experiência iniciática) estabeleceu 7 corpos energéticos (septenato adoptado por Etienne Guillé). Os hierofantes egípcios, no entanto, além de falarem em 12 órgãos dos sentidos (o que só por si indica o seu conhecimento iniciático) falavam também de 9 almas ou de 9 níveis da alma.
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CRISTO E A COMUNIDADE ESSÉNICA
Ao citar Cristo, que alguns artistas pintaram fazendo «imposição de mãos», Vasques Homem lembra, de facto, um iniciado.
Não por ser Cristo, líder de uma das maiores religiões do mundo, mas pelas suas ligações à escola essénica de iniciados, uma das que, apesar de tudo, se encontram hoje mais documentadas. Deixaremos em anexo um texto onde Cristo e a comunidade essénica aparecem associados, facto que merece ser assinalado numa cronologia da cura iniciática através dos tempos.
Cronologia que, com o tempo, iremos elaborando para a cadeira de História da Saúde, do nosso curso de Naturologia.
AS INTUIÇÕES DE LAKHOVSKY
Georges Lakhovsky, embora não venha nas enciclopédias que consultámos, é, com certeza, o nome mais importante de todos (e são muitos) dos que Vasques Homem cita.
O caminho explorado por Lakhovsky é, infelizmente, aquele que a ciência analítica terá sempre dificuldades em percorrer.
No entanto, Lakhovsky não postulou mais nem menos do que aquilo que a ciência moderna já aceitou e até banalizou: a actividade eléctrica da célula.
A ciência analítica conhece as partes até ao ínfimo pormenor: perdeu foi a capacidade de ligar as partes para reconstituir o todo.
«Cada célula - como diz Vasques Homem - tem vários cromossomas e tem no citoplasma que envolve o núcleo os chamados condriossomas. Aqueles e estes são constituídos por um invólucro isolador e por uma substância electrolítica no interior. Assim, há dois tipos oscilatórios , vibrando os cromossomas mais forte e mais lentamente do que os menores condriossomas. O homem funciona assim como um electrólito em solução cloro-sódica, servindo os cabelos, sempre em vizinhança de grandes centros e plexos nervosos, para aumentar a superfície receptora.
«Lakhovsky verificou que cada célula é um micro-oscilador em vibração contínua no éter ambiente.»
Esta descoberta, que Lakhovsky não pôde desenvolver por ter morrido prematuramente , viria a ser retomada de forma sistemática e levada às últimas consequências pela Gnose Vibratória de Etienne Guillé.
As duas principais intuições de Lakhovsky - a célula como oscilador cósmico e as radiações telúricas como causa de cancro - fazem do seu nome uma referência obrigatória no roteiro dos que quiserem pesquisar o mundo vibratório que entre macro e microcosmos desenha o destino humano, o alfa e o ómega da nossa presença aqui.
Como precursor do único método iniciático moderno - a Gnose Vibratória de Etienne Guillé - o nome de Georges Lakhovky, que as inteligentes enciclopédias se recusam a registar, terá de ser inscrito, a ouro, na linha ininterrupta dos que recuperaram, pela ciência profana, o fio de Ariadne da sabedoria sagrada, momentanea e aparentemente perdido.
Pena é que Lakhovsky apareça, no livro de Vasques Homem, quase diluído no meio de bruxos, bruxinhos, videntes, curadores, curandeiros, astrólogos que ele se encarrega de sumariar.
Mas vá lá que já fez mais do que as sabichonas enciclopédias da ciência oficial que temos.
«Se Lakhovsky - como escreve Fred Vasques Homem - verificou que cada célula é um circuito oscilatório electromagnético em que a radiação cósmica carrega por indução todos os condriomas formados por um líquido condutor da electricidade e por seu invólucro isolador; e se cada célula, cada micróbio, cada animal, cada pessoa, cada órgão tem determinada frequência oscilatória, é sem dúvida que certos indivíduos são dotados de um campo electromagnético fortemente oscilante, podendo, por indução, influenciar os campos enfraquecidos de outros indivíduos, como sucede com os aparelhos de febre artificial.
A energia radiante destas forças pode variar no mesmo indivíduo em harmonia com a sua disposição física e psíquica e pode ser neutralizada por outrém.»
Para um especialista do século XX, estas palavras de Fred Vasques Homem talvez pareçam toscas e pouco precisas: mas elas assinalam a intuição genial de Lakhovky que deu fundamento e alento a alguns dos maiores feitos da Noologia moderna:
Campos de Morfogénese Cósmica (Louis Von Bertallanfy)
Essências Florais (Richard Bach)
Gnose Vibratória (Etienne Guillé)
Medicina Antroposófica (Rudolfo Steiner)
Redes de Nicolau Hartmann
É o mundo vibratório visto de vários quadrantes onde a fotografia Kirlian é um mero fait-divers insignificante (apesar de dar lindas fotografias) mas onde o método das cristalizações sensíveis como diagnóstico precoce aparece como estrela de 1ª grandeza, sem ofuscar no entanto o diagnóstico mais poderoso de todos e que é o dos 28 pulsos chineses.
Em anexo, reproduzimos, em fotocópia, o texto de Vasques Homem (páginas 91-92) que merece reflexão profunda de um estudante de naturologia que se interesse pelas medicinas energéticas e holísticas.
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A ORAÇÃO: MODELO DE AUTOTERAPIA
Caso de iniciação «espontânea», obrigatório neste roteiro e largamente citado por Vasques Homem, é o de Santa Teresa de Jesus que, como tal, tem merecido estudos de eminentes personalidades universitárias, como é o caso do Prof. Carlos H. C. Silva, com a sua tese de doutoramento «Experiência Orante em Santa Teresa de Jesus», Edições Didaskalia, Lisboa, 1986.
O crasso materialismo da ciência académica, no entanto, tem insistido em incluir Santa Teresa no famoso «histerismo», categoria psiquiátrica que facilitou a Sigmund Freud (1856-1939) o pontapé de saída para as suas aventuras na psicanálise de divã.
A oração e Santa Teresa aparecem, neste roteiro, como forma de iniciação espontânea, distinta das formas já indicadas por Vasques Homem:
- exorcismo.
- imposição de mãos
- magnetismo
- massagem
E distingue-se por uma característica que radicalmente a singulariza: é um acto individual, não implica a presença de um curador, curandeiro, doutor, médico, terapeuta, padre cura, psicanalista, guru, etc. É um trabalho de cada um com cada um.
A oração como autoterapia mereceu um estudo de extraordinário interesse do cirurgião e fisiologiata francês Alexis Carrel ( 1873-1944): «A Oração - Seu Poder e Efeitos» - Ed. Tavares Martins, Porto, 1945
Num tempo de total e completo assistanato - dependência subserviente do doente ao curador - quer na medicina académica quer na medicina que se diz natural - a valorização das autoterapias tem um valor pedagógico que não deve negligenciar-se.
A oração pode, em certo sentido, ser um vestígio de antigas e severas técnicas iniciáticas, perdidas na voragem de uma civilização que tem escravizado o ser humano a pretexto de o libertar.
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II - O CONTRIBUTO DE ARAÚJO FERREIRA
Num livro que publicou, em 1975, escrito à máquina e copiografado, o saudoso Araújo Ferreira indicou uma pista de pesquisa que este roteiro se honra de apontar e seguir.
Num trabalho chamado «Energia Cósmica», Araújo Ferreira apresenta um conjunto de temas que a ciência académica ainda não assimilou nem assimilará tão cedo. Ou não assimilará nunca.
Imagine-se o que palavras como as que se seguem pode suscitar nas prevenidas cabeças dos especialistas, que vêem sempre o mundo com o olho de trás:
Amuletos
Casas assombradas
Circuitos oscilantes
Energia biológica
Fetiches
Ondas biológicas
Ondas cósmicas
Ondas de forma
Oscilações
Pirâmide de Keops
Radiestesia
Vibrações
Vibrações biológicas
Zonas de cancro
Para se aventurar a escrever sobre temas tão «estranhos», Araújo Ferreira socorre-se de alguns nomes franceses: René Barthélemy, Marcel Violet, Ménétrier, Gabriel Bertrand, Léon Vannier e, claro, do incontornável génio que foi George Lakhovsky.
Tem este texto um handicap insanável: está orientado no sentido de fazer a propaganda, na revista «Viver», que Araújo Ferreira então dirigia, de um aparelho, o «Bio-Dynamics», criado pelo eng. francês Marcel Violet e que era suposto dever entrar no mercado português ao preço de 3.750$00...
Mas se havia um óbvio interesse comercial no assunto, a verdade é que o tema da bionergia fascinava Araújo Ferreira como fascina qualquer espírito que navegue nas águas da Naturologia e queira ir além da vulgaridade positivista da ciência académica oficial.
Aliás, esse apelo da bionergia vinha do cultivo que Araújo Ferreira fez da Acupunctura.
Ele quis traduzir em termos ocidentais a sabedoria da bioenergética chinesa. Só que, para a ciência ocidental, há dificuldades insuperáveis para conseguir estabelecer uma Bioenergética. E são elas:
- o intrínseco e crasso materialismo de toda a ciência e de toda a sociedade ocidental
- a divisão e subdivisão das ciências que tornam não só impossível como herética qualquer tentativa de síntese holística ( síntese que é a própria definição de Bionergética)
- os preconceitos positivistas da ciência académica continuam a barrar qualquer caminho de abertura, no sentido quer macrocósmico quer microcósmico (ADN molecular)
- A ausência de uma cosmobiologia ocidental, enquanto a bioenergética chinesa se abebera numa fonte que tem mais de 10 mil anos de existência...
O MATERIALISMO OCIDENTAL
Aliás, a própria concepção do «Bio-Dynamics» - aparelho com que se pretendia «vitalizar» os alimentos e água de beber - já é, em si mesmo, resultado das limitações materialistas da ciência ordinária: a corrente eléctrica e os aparelhos que a utilizam, são uma parte - magnética e electromagnética - de todo o potencial vibratório e energético do ser humano.
Araújo Ferreira foi dos primeiros a utilizar acupunctura eléctrica e laser no seu consultório mas também foi dos primeiros a fazer algumas críticas a essa «limitação materialista» que contrariava o espírito e a natureza da medicina tradicional chinesa.
Quando Araújo Ferreira e Marcel Violet falam de bioenergia, estão a falar de energia electromagnética ou corpo físico. E o corpo físico é um dos 7 corpos energéticos que, segundo Rudolfo Steiner, constituem o potencial vibratório do ser humano.
Os aparelhos eléctricos (todos os aparelhos utilizados em medicina alopática e naturopática) limitam e aprisionam o potencial vibratório do ser humano nesse primeiro corpo físico, separando-o dos outros e mutilando assim o ser humano potencialmente composto de corpo, alma e espírito.
Raro é o fim de semana em que não seja anunciada, num hotel de Lisboa, mais uma apresentação de mais um maravilhoso aparelho eléctrico para tratar doentes em medicina natural. E a verdade é que esses aparelhos são um sucesso comercial: os terapeutas naturais caem lá todos e com um aparelho desses no consultório os doentes acorrem também e fazem bicha.
Pelo que se observa, temos os terapeutas, os doentes e os aparelhos eléctricos que merecemos.
DA BIOQUÍMICA À ALQUIMIA DA VIDA
É como precursor da moderna cura alquímica ou iniciática que devemos apreciar Araújo Ferreira e não como aquele que se aproveita da obra feita.
Mesmo como produto comercial, não está provado que o «Bio-Dynamics» não tivesse todas as virtudes proclamadas de «vitalizar» água e alimentos...
Na descrição dos metais, iões e eléctrodos que intervêm no aparelho, Araújo Ferreira acerta em cheio e as suas informações continuarão a ter pertinácia para uma ciência médica que queira abrir-se à actividade electromagnética da célula e que da bioquímica possa dar finalmente o salto para a alquimia da vida.
O cobre - diz ele - é o mais importante dos metais catalíticos, com um papel insubstituível na formação da clorofila (plantas) e da hemoglobina do sangue.
O magnésio influi sobre o tónus geral, consolida o esqueleto e regula o metabolismo do cálcio.
Níquel e zinco são reguladores do sistema nervoso.
Silício actua nos tecidos conjuntivos e cicatriciais, pâncreas, baço, fígado, suprarenais, problemas cardio-vasculares, cancro, arterioesclerose.
Ouro e prata são antisépticos e em casos de doença bacteriana ou virótica.
Vanádio age sobre a mineralização dos ossos e dentes.
Cobalto age sobre o artritismo, a circulação, a anemia perniciosa e lesões neurológicas.
Dos metais por ele citados, três são metais alquímicos: Cobre, Ouro e Prata. Faltou-lhe só citar Mercúrio, Ferro, Chumbo e Estanho para que ficasse completo o plantel dos 7 metais alquímicos.
Talvez se considerem simplistas os termos em que Araújo Ferreira fala dos elementos catalíticos.
Talvez: mas esses pressupostos levaram às 7 correntes mais importantes da medicina moderna:
- Alquimia alimentar (Michio Kushi)
- Gnose Vibratória e Alquimia da Vida (Etienne Guillé)
- Medicina antroposófica (Rudolfo Steiner)
- Medicina do Terreno orgânico
- Medicina Metabólica (Serge Jurasunas e Bernard Jensen)
- Medicina Ortomolecular (Linus Pauling)
- Oligoterapia (Ménetrier e Gabriel Bertrand)
Se a medicina, quer alopática quer naturopática, ainda não leva a sério estes dados, o problema é da medicina (doente crónica incurável) e dos doentes tratados por ela.
AS 7 MEDICINAS ALQUÍMICAS
Em todas elas são protagonistas os iões metálicos, de que a Bioquímica fala acidentalmente...
O menosprezo por estas 7 terapias deve-se, afinal, a uma razão meramente comercial: toda a terapia que for radicalmente eficaz como são essas sete terapias de terreno, tende a desaparecer de cena, porque não alimenta o negócio da doença que é o negócio dos hospitais, das vacinas, das farmácias, das faculdades de medicina, enfim, a engrenagem da doença a que, paradoxal e pateticamente, se continua a chamar saúde.
Quer em Alopatia quer em Naturopatia, as técnicas que recuperam a saúde serão sempre minimizadas ou marginalizadas. Tudo o que diminuir o número de doentes e a dependência dos doentes, quer em relação à Alopatia, quer em relação à Naturopatia, será menosprezado e esquecido por uma e por outra .
O princípio da «água vitalizada» comercializada por Marcel Violet e apresentada por Araújo Ferreira, é simples mas lógico e eficaz. Provavelmente iria diminuir drasticamente o número de doentes nos consultórios...
Não é abuso verbal nem metáfora que a energia cósmica seja chamada para um processo onde apenas parece haver reacções químicas.
Como o trabalho de Rudolfo Steiner (no livro «Fisiologia Oculta») e a Gnose Vibratória ou Alquimia da Vida de Etienne Guillé mostraram e demonstraram, estamos em plena era da alquimia médica, em plena era da cura iniciática, por mais atrasos de vida que se interponham no caminho entre macro e microcosmos.
O desastre das actuais medicinas deve-se, precisamente, a que doutrinas erradas se tornaram rentáveis e lucrativas para o sistema médico-farmacêutico. E só o que produz doentes é, obviamente, lucrativo e não o que drasticamente as diminui.
Quando for possível desapertar este nó que estrangula as duas medicinas - alopática e naturopática - talvez o doente seja libertado da escravidão que continua a suportar e a pagar do seu bolso, pensando que é a segurança social que paga.
Araújo Ferreira foi um dos que tentou, com maior veemência, dar esse salto epistemológico entre o velho e o novo paradigma..
ECOLOGIA HUMANA E ALIMENTAR
Pista que desafia a pesquisa é a «água das trovoadas».
Diz A. Ferreira:
«Em algumas regiões do mundo é normal o aproveitamento pelos camponeses da água das trovoadas. Esta água fertiliza e acelera o crescimento dos vegetais. Diversas observações confirmam (que) a existência de radiações cósmicas absorvidas pela água.»
Ao chamar a atenção para os factores adversos do ambiente externo que «desvitalizam» água e alimentos, A. Ferreira fornece mais uma pista que não tem sido, nem de longe nem de perto, assimiladas pelas duas medicinas, quer alopática quer naturopática: a Ecologia Alimentar, capítulo da Ecologia Humana, que se saiba não é ainda dada nas escolas médicas.
A. Ferreira aponta:
- Agricultura química
- Água canalizada com cloro
- Água engarrafada em matéria plástica
- Empobrecimento dos alimentos em sais minerais e vitaminas
- Fibras sintéticas na roupa
- Frigorificação de alimentos
Não aponta, claro, o que veio posteriormente a 1975 e que são as modas alimentares mais recentes:
- Microondas
- Hamburgers
- Congelados
Segundo A. Ferreira, a desvirtuação começa na alimentação infantil:
- Água fervida e, portanto, desvitalizada
- Alimentos cozidos, pasteurizados ou conservados e/ou em embalagens metálicas
Para uma lista mais completa, ele poderia ter acrescentado outros factores que se têm acumulado no ambiente e, portanto, na água de beber e nos alimentos:
- Aditivos alimentares
- Adubos
- Alimentos refinados
- Antibióticos
- Conservas
- Hormonas
- Metais pesados
- Metil mercúrio
- Pesticidas
O SER HUMANO É O MELHOR «APARELHO»
Daria certamente muita satisfação ao Araújo Ferreira saber que, pela Gnose Vibratória (Etienne Guillé) é possível ao ser humano constituir-se em «aparelho» biodinamizador de tudo o que toque: seres vivos, água e alimentos.
Para quem conheça a Gnose Vibratória, é fácil transferir de um metal (ou de uma cor) a respectiva carga vibratória e transmiti-la a uma água, alimento ou ser vivo que precise, assim, de ser «dinamizado».
Porque - nunca esqueçamos aquilo que todos parecem esquecer - temos eléctrodos, iões e actividade eléctrica nos nossos 600 biliões de células. Somos, portanto, o aparelho mais perfeito jamais inventado.
Lá se ia o negócio do «Bio-Dynamics» por água abaixo, o que - estamos certos - não incomodaria minimamente o Araújo Ferreira, mais interessado no ser humano do que nos negócios.
CONTRIBUTO PRECURSOR:
DA OLIGOTERAPIA À MEDICINA ALQUÍMICA
Ao chegar à página 63 da obra que estamos citando, Araújo Ferreira deveria revelar finalmente o que verdadeiramente lhe importa.
Não é vender o produto mas chamar a atenção para uma figura de que foi um dos primeiros a pressentir a importância : Georges Lakhovsky «um dos primeiros - conforme sublinha - a pôr em evidência as relações entre radiações cósmicas e fenómenos vitais.»
Igualmente antológico e precursor das medicinas «alquímicas» como a oligoterapia, é o texto de Araújo Ferreira que apresentamos em anexo deste trabalho.
Passando em revista os nomes de Gabriel Bertrand, Ménétrier e Léon Vannier, deixa um resumo da matéria médica verdadeiramente precioso num curso de Naturologia.
Para um aluno do 1º ano desta escola, que só no 2º ou 3º irá poder familiarizar-se com matérias tão importantes em Naturologia como são as terapias alquímicas e vibratórias, é muito conveniente que estas sínteses holísticas lhe comecem, como bússola, a indicar o caminho.
Para que o 1º ano não seja um calvário de ciências particulares de onde a vida e o ser humano se encontram totalmente ausentes.
Sendo a Oligoterapia uma etapa decisiva na medicina metabólica, na medicina do terreno e na medicina ortomolecular, não podemos no entanto esquecer que ela é apenas um antecedente das duas medicinas alquímicas modernas:
- A Antroposofia
- A Gnose Vibratória
A MEDICINA ALQUÍMICA MODERNA
ANTECEDENTES HISTÓRICOS E BIBLIOGRÁFICOS
O CONTRIBUTO DE DOIS PORTUGUESES:
I - FRED VASQUES HOMEM
II - ARAÚJO FERREIRA
«O todo é qualquer coisa mais do que a soma de todos os seus componentes.»
Emanuel Kant (1724-1804)
«Autopsiei milhares de cadáveres, mas nunca encontrei vestígios de alma.»
Rudolfo Virchov (1821-1902)
«A descoberta da quarta família de ondas - ondas biológicas - marcará para a humanidade o começo de uma nova era em que o homem, bem equipado, lutará eficazmente não só contra a doença crónica mas também e sobretudo contra a velhice e a decadência.»
Marcel Violet
A CURA INICIÁTICA ATRAVÉS DOS TEMPOS - UMA DIFICULDADE PRELIMINAR
15/11/1998 - Se de facto há uma conspiração histórica e cósmica que data de há 41 mil anos- e que a bíblia dos cristãos registou com o nome de Queda - poderemos ainda, em 1998, estar a viver sob esse clima de conspiração, o que, não parecendo, tem tudo a ver com a actual processo de licenciamento desta Escola e, portanto, com o próximo destino das medicinas naturais, herdeiras, não o esqueçamos, das medicinas sagradas de sempre.
É precisamente esse fio de Ariadne - que nos trouxe desde o continente Mu até Novembro de 1998 - o que falta estabelecer.
A linha de continuidade entre a origem do homem (a famosa hominização, em que fala a ciência profana) e o seu destino, perdeu-se. O ser humano perdeu o alfa e o ómega, o que poderá explicar a Queda bíblica e tudo o que até hoje sucedeu na sua sequência.
Essa linha foi várias vezes cortada e quase sempre de maneira violenta ou sangrenta.
Contam-se alguns episódios dessa conspiração e não havendo datas precisas, é necessário seguir as pistas que, no entanto, e apesar dos conspiradores estarem activos e por todo o lado, ainda nos são acessíveis.
A maior parte dos indícios não têm data precisa. E esse é um dos problemas para o investigador que queira fazer uma cronologia clara e transparente das ocorrências. Ele terá que se meter a detective, seguindo pistas que lhe são dadas por indícios, quase imperceptíveis, a maior parte das vezes.
A procura da verdade - ou seja, as origens e natureza da cura iniciática - terá de ser hoje, em tempo de conspiração mais do que nunca assanhada, uma verdadeira procura policial. E o investigador em Noologia , um detective da estirpe de Sherlock Holmes.
Não é por acaso que Etienne Guillé, no seu livro «Le Langage Vibratoire de la Vie», avisa o leitor de que irá assistir a uma verdadeira «investigação policial».
Nesse livro que ele considera de investigação policial, Etienne Guillé descodifica, através da linguagem vibratória de base molecular, muitas das inscrições egípcias e hieróglifos, bem como alguns aspectos, até agora escondidos, do alfabeto hebraico.
A descodificação de símbolos é a mais difícil démarche do historiador, do detective do sagrado.
Porque as mensagens mais importantes sobre a verdade iniciática chegaram, até nós, por via simbólica. Tudo o que sobre cura iniciática nos chegou através da palavra «exotérica» está inquinado pelo veneno da conspiração, ou seja, pelo ardil da mentira e da fraude.
O que os historiadores da medicina nos dizem do Egipto, por exemplo, é a parte exotérica, pública e profana da sabedoria médica dos egípcios. Aquilo que «transpirou », digamos, para a praça pública. Para a comunicação profana a que mais tarde, muito impropriamente, se chamou «exoterização» do conhecimento.
A verdadeira medicina iniciática continua, provavelmente, oculta, à espera do detective que a descubra.
E uma das causas que mais contribuíram para que a verdade continuasse escondida foram, com certeza, as agora chamadas «ciências ocultas», completamente ao serviço da conspiração histórica e cósmica a que a bíblia chamou a Queda.
O que hoje dá pelo nome de «ciências ocultas» é uma matilha de ladrões, fazendo um alarido ensurdecedor, de modo a que o silêncio não se ouça e esteja mesmo ameaçado para sempre de não se ouvir.
A ausência de datações precisas - ou mesmo a total ausência delas - é a dificuldade que o «detective do sagrado», na pista da cura iniciática, terá que enfrentar.
Uma coisa é o tempo «Cronos» e com ele trabalham os cronistas e historiadores do visível, do que é (ou foi) público e notório; outra coisa é o «Kairós» , tempo interior que marca a vivência do sagrado; e outra coisa ainda é o «AEION», dimensão do não-espaço e do não- tempo, a que os egípcios chamavam muito simplesmente eternidade.
Há também a questão da escala para dificultar a vida ao investigador da medicina iniciática.
Se há uma conspiração cósmica - como se postula neste trabalho - ela pauta-se por grandes períodos de tempo (Cronos) ou eras. São os ciclos que algumas tradições como a hinduísta tentaram estabelecer.
A precessão dos equinócios, fenómeno astrofísico que a ciência profana conseguiu dominar, é o quadro de fundo onde podem assentar, com segurança, os dados tradicionais sobre a medicina iniciática .
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QUEM QUEIMOU A BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA?
Data-referência nesse processo de contaminação histórica, deverá ser, claramente, o incêndio da Biblioteca de Alexandria, onde se guardavam, provavelmente, os textos que nos poderiam hoje, se decifrados, dar alguma informação acerca da iniciação e da medicina iniciática no Egipto, herdeira da Atlântida e do Continente Mu.
O próprio incêndio da Biblioteca de Alexandria - claramente «fogo posto» - está por decifrar: tanto podia dever-se às «forças inimigas» da sabedoria (para acabar de vez com ela) como se poderia dever aos seus adeptos, receosos de que os últimos segredos do cosmos e da vida caíssem em mãos profanas.
Hoje em dia, segundo as pistas disponíveis, os sinais e indícios suspeitos, trata-se de «reconstituir» , dentro do humanamente possível, esse «puzzle» que foi destruído pelo fogo.
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A MEDICINA ALQUÍMICA MODERNA - ANTECEDENTES HISTÓRICOS
I - O CONTRIBUTO DE FRED VASQUES HOMEM
Com uma obra vasta e notável em favor das medicinas naturais, o médico alemão Fred Wachsmann, que adoptou Portugal como sua pátria, passando a usar o nome de Fred Vasques Homem, tem um livro que nos pode guiar no percurso proposto neste trabalho, aquilo a que chamámos o fio de Ariadne, o roteiro que possa levar o investigador à reconstituição das medicinas alquímicas e sagradas.
O livro de Fred Vasques Homem, «Milagre e Fé na Cura», publicado em Lisboa em 1953, dá algumas pistas ao historiador das ideias médicas que queira fazer a triagem dos vários fenómenos em presença:
auto-sugestão
charlatanismo puro
fé mística.
hipnotismo
magnetismo humano
milagre
poder curativo natural
prece
Se o livro peca por fazer uma mistura de tudo isto, sem critério selectivo de qualidade, abre, no entanto, ao historiador criterioso a hipótese de realizar uma impiedosa selecção que separe o trigo do joio.
A mesma exigência selectiva deverá pedir-se para a lista quase exaustiva de terapias que o Dr. Fred Vasques Homem propõe, na ânsia talvez ingénua de querer mostrar as alternativas que existem àquilo que chama a «medicina escolar».(Ver essa lista em anexo).
Da mesma forma, ele mistura o bom, o mau e o péssimo, nesta listagem que, no entanto, vale a pena registar, com vista a uma avaliação crítica que possa vir a ser feita pelo investigador das alternativas terapêuticas.
A listagem apresentada por Vasques Homem serve ainda para mostrar algumas modalidades que poderão confundir-se com «cura iniciática» mas que, nem de longe nem de perto, têm alguma coisa a ver com isso. Em alguns casos são mesmo a sua contrafacção.
Imposição de mãos
Magnetismo
Hipnotismo
Mesmerismo, são práticas que se podem fazer passar por cura iniciática ou cura alquímica sem terem nada a ver com isso.
A CHRISTIAN SCIENCE DE MARY BAKER EDDY
Um caso relatado por Vasques Homem e que se deverá situar mais no âmbito do fenómeno social (sugestão colectiva) do que propriamente como fenómeno terapêutico, é o de Mary Baker Eddy ( 1821-1910), fundadora da Christian Science e a quem o escritor Stefan Zweig dedica também um capítulo do seu livro «Cura do Espírito», aliás um «romance biográfico» fascinante de 3 figuras romanescas: Freud, Mesmer e Mary Bakker Eddy. O livro de Zweig é um «brain storming» para os que se interessam em aprofundar os mistérios da alma humana e o potencial curativo do ser humano que a ciência académica teima em ignorar.
Embora nenhum dos nomes biografados por Stefan Zweig tenha que ver com cura iniciática, eles podem figurar neste roteiro de trabalho.
EGRÉGORAS
Fenómeno que hoje se encontra mais difundido do que se julga - pois joga na simulação e na dissimulação - a egrégora citada por Vasques Homem, é assim definida pelas suas palavras:
«Os teosofistas, rosacruzes e outras seitas semelhantes costumam praticar as chamadas egrégoras em que alguns indivíduos cheios de fé, formando um círculo, elevam o pensamento e rezam à volta de um doente sentado no centro ou da sua fotografia.»
Há duas incorrecções imperdoáveis neste texto de Vasques Homem, só desculpáveis pela época em que ele escrevia:
a) Teosofia e Rosacruzes não são seitas mas respeitáveis correntes de ideias , escolas tradicionais com raízes que merecem a atenção não facciosa do observador honesto e imparcial;
b) A egrégora - que não conhecemos como prática dessas correntes - serve hoje, aliás, para distinguir as «seitas» místicas da verdadeira iniciação que rejeita egrégoras, incensos e outras artimanhas de lavagem ao cérebro.
Parasitismo, vampirismo, manipulação e tráfico energéticos caracterizam a figura da egrégora, relativamente à qual a iniciação deverá fazer um corte radical e implacável.
Mais injusto ainda é o autor quando, ao relembrar Rudolfo Steiner (1861-1925), classifica a Antroposofia de «seita mística» e uma «mistura de filosofia oculta e farmacologia (que) produzem curas e milagres.»
Rudolfo Steiner talvez não fosse um iniciado mas como intelectual preparou (adubou) o terreno das ideias para que emergisse a Gnose Vibratória de Etienne Guillé, seu sucessor, único método iniciático que hoje subsiste fora dos grandes sistemas religiosos como o do budismo tibetano.
Um outro ponto que Vasques Homem trata de maneira leviana é o do «telurismo» que associa ao electromagnetismo.
Em 1953 ainda talvez não se visse mas hoje, com as redes telúricas do filósofo alemão Nicolai Hartmann (1882-1950), a chamada Geobiologia ou Medicina do Habitat tornou-se um capítulo importantíssimo da ecologia humana e, portanto, das terapias holísticas e energéticas. As «casas de cancro», como foram designadas, entre outros autores por Roger de Lafforest, são infelizmente um facto e, à parte as especulações que possam ter sido feitas, a ecologia do habitat e a influência de energias telúricas merece um lugar de honroso destaque na ciência naturológica. Até porque o antiquíssimo Feng -Chui dos chineses vem dar background histórico à moderna geobiologia .
VÁRIOS NOMES PARA O KI
Aquilo a que a medicina tradicional chinesa chama ki e shen, teve outros nomes em outras culturas.
Vasques Homem, atento, registou esses nomes que um historiador da Noologia naturológica deverá guardar com cuidados maternais:
Akasha (Teosofia, Helena Petrovna Blavatsky)
Alcahest (Paracelso)
Fogo gerador ( Heraclito)
Fogo vivo (Zoroastro)
Força neurica radiante (Bailly/ Barety)
Luz astral (Kaballah)
Magnetismo animal (António Mesmer)
Onda ódica
Orgone (Wilhelm Reich)
Prana (Hinduísmo)
Telesma (Hermes)
Estes nomes são, por si só, referências imprescindíveis num roteiro de pesquisa sobre o sagrado e a cura iniciática através dos tempos, sendo possível estabelecer uma cronologia seguindo os autores repertoriados:
Franz Anton Mesmer ( 1734-1815)
Helena Petrovna Blavatsky ( 1831-1891)
Heraclito (540 a.C.- 480 a.C.)
Hermes Trismegisto - séculos III e IV
Kaballah ( Primeiros anos da era cristã - século XI/XVI)
Paracelso ( 1493-1541)
Wilhelm Reich (1897-1957)
Zoroastro ou Zaratustra ( 628 a.C. - 551 a.C.)
Os nomes dados à energia ki ou Shen, podem sugerir um roteiro de pesquisa para o investigador que procure o fio de Ariadne em que temos falado neste trabalho.
À lista esboçada por Vasques Homem deverá juntar-se, como termo comparativo, os 4 elementos da tradição europeia - Fogo, Ar, Terra e Água e os 5 da cosmogonia taoísta: Fogo, Água, Madeira, Terra e Metal.
O mundo vibratório parece estar ainda por descobrir . E a cura iniciática é a sintonia com as diferentes frequências, os diferentes níveis vibratórios de consciência, os diferentes corpos desse mundo vibratório.
Rudolfo Steiner (e daí a sua importância numa história da experiência iniciática) estabeleceu 7 corpos energéticos (septenato adoptado por Etienne Guillé). Os hierofantes egípcios, no entanto, além de falarem em 12 órgãos dos sentidos (o que só por si indica o seu conhecimento iniciático) falavam também de 9 almas ou de 9 níveis da alma.
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CRISTO E A COMUNIDADE ESSÉNICA
Ao citar Cristo, que alguns artistas pintaram fazendo «imposição de mãos», Vasques Homem lembra, de facto, um iniciado.
Não por ser Cristo, líder de uma das maiores religiões do mundo, mas pelas suas ligações à escola essénica de iniciados, uma das que, apesar de tudo, se encontram hoje mais documentadas. Deixaremos em anexo um texto onde Cristo e a comunidade essénica aparecem associados, facto que merece ser assinalado numa cronologia da cura iniciática através dos tempos.
Cronologia que, com o tempo, iremos elaborando para a cadeira de História da Saúde, do nosso curso de Naturologia.
AS INTUIÇÕES DE LAKHOVSKY
Georges Lakhovsky, embora não venha nas enciclopédias que consultámos, é, com certeza, o nome mais importante de todos (e são muitos) dos que Vasques Homem cita.
O caminho explorado por Lakhovsky é, infelizmente, aquele que a ciência analítica terá sempre dificuldades em percorrer.
No entanto, Lakhovsky não postulou mais nem menos do que aquilo que a ciência moderna já aceitou e até banalizou: a actividade eléctrica da célula.
A ciência analítica conhece as partes até ao ínfimo pormenor: perdeu foi a capacidade de ligar as partes para reconstituir o todo.
«Cada célula - como diz Vasques Homem - tem vários cromossomas e tem no citoplasma que envolve o núcleo os chamados condriossomas. Aqueles e estes são constituídos por um invólucro isolador e por uma substância electrolítica no interior. Assim, há dois tipos oscilatórios , vibrando os cromossomas mais forte e mais lentamente do que os menores condriossomas. O homem funciona assim como um electrólito em solução cloro-sódica, servindo os cabelos, sempre em vizinhança de grandes centros e plexos nervosos, para aumentar a superfície receptora.
«Lakhovsky verificou que cada célula é um micro-oscilador em vibração contínua no éter ambiente.»
Esta descoberta, que Lakhovsky não pôde desenvolver por ter morrido prematuramente , viria a ser retomada de forma sistemática e levada às últimas consequências pela Gnose Vibratória de Etienne Guillé.
As duas principais intuições de Lakhovsky - a célula como oscilador cósmico e as radiações telúricas como causa de cancro - fazem do seu nome uma referência obrigatória no roteiro dos que quiserem pesquisar o mundo vibratório que entre macro e microcosmos desenha o destino humano, o alfa e o ómega da nossa presença aqui.
Como precursor do único método iniciático moderno - a Gnose Vibratória de Etienne Guillé - o nome de Georges Lakhovky, que as inteligentes enciclopédias se recusam a registar, terá de ser inscrito, a ouro, na linha ininterrupta dos que recuperaram, pela ciência profana, o fio de Ariadne da sabedoria sagrada, momentanea e aparentemente perdido.
Pena é que Lakhovsky apareça, no livro de Vasques Homem, quase diluído no meio de bruxos, bruxinhos, videntes, curadores, curandeiros, astrólogos que ele se encarrega de sumariar.
Mas vá lá que já fez mais do que as sabichonas enciclopédias da ciência oficial que temos.
«Se Lakhovsky - como escreve Fred Vasques Homem - verificou que cada célula é um circuito oscilatório electromagnético em que a radiação cósmica carrega por indução todos os condriomas formados por um líquido condutor da electricidade e por seu invólucro isolador; e se cada célula, cada micróbio, cada animal, cada pessoa, cada órgão tem determinada frequência oscilatória, é sem dúvida que certos indivíduos são dotados de um campo electromagnético fortemente oscilante, podendo, por indução, influenciar os campos enfraquecidos de outros indivíduos, como sucede com os aparelhos de febre artificial.
A energia radiante destas forças pode variar no mesmo indivíduo em harmonia com a sua disposição física e psíquica e pode ser neutralizada por outrém.»
Para um especialista do século XX, estas palavras de Fred Vasques Homem talvez pareçam toscas e pouco precisas: mas elas assinalam a intuição genial de Lakhovky que deu fundamento e alento a alguns dos maiores feitos da Noologia moderna:
Campos de Morfogénese Cósmica (Louis Von Bertallanfy)
Essências Florais (Richard Bach)
Gnose Vibratória (Etienne Guillé)
Medicina Antroposófica (Rudolfo Steiner)
Redes de Nicolau Hartmann
É o mundo vibratório visto de vários quadrantes onde a fotografia Kirlian é um mero fait-divers insignificante (apesar de dar lindas fotografias) mas onde o método das cristalizações sensíveis como diagnóstico precoce aparece como estrela de 1ª grandeza, sem ofuscar no entanto o diagnóstico mais poderoso de todos e que é o dos 28 pulsos chineses.
Em anexo, reproduzimos, em fotocópia, o texto de Vasques Homem (páginas 91-92) que merece reflexão profunda de um estudante de naturologia que se interesse pelas medicinas energéticas e holísticas.
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A ORAÇÃO: MODELO DE AUTOTERAPIA
Caso de iniciação «espontânea», obrigatório neste roteiro e largamente citado por Vasques Homem, é o de Santa Teresa de Jesus que, como tal, tem merecido estudos de eminentes personalidades universitárias, como é o caso do Prof. Carlos H. C. Silva, com a sua tese de doutoramento «Experiência Orante em Santa Teresa de Jesus», Edições Didaskalia, Lisboa, 1986.
O crasso materialismo da ciência académica, no entanto, tem insistido em incluir Santa Teresa no famoso «histerismo», categoria psiquiátrica que facilitou a Sigmund Freud (1856-1939) o pontapé de saída para as suas aventuras na psicanálise de divã.
A oração e Santa Teresa aparecem, neste roteiro, como forma de iniciação espontânea, distinta das formas já indicadas por Vasques Homem:
- exorcismo.
- imposição de mãos
- magnetismo
- massagem
E distingue-se por uma característica que radicalmente a singulariza: é um acto individual, não implica a presença de um curador, curandeiro, doutor, médico, terapeuta, padre cura, psicanalista, guru, etc. É um trabalho de cada um com cada um.
A oração como autoterapia mereceu um estudo de extraordinário interesse do cirurgião e fisiologiata francês Alexis Carrel ( 1873-1944): «A Oração - Seu Poder e Efeitos» - Ed. Tavares Martins, Porto, 1945
Num tempo de total e completo assistanato - dependência subserviente do doente ao curador - quer na medicina académica quer na medicina que se diz natural - a valorização das autoterapias tem um valor pedagógico que não deve negligenciar-se.
A oração pode, em certo sentido, ser um vestígio de antigas e severas técnicas iniciáticas, perdidas na voragem de uma civilização que tem escravizado o ser humano a pretexto de o libertar.
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II - O CONTRIBUTO DE ARAÚJO FERREIRA
Num livro que publicou, em 1975, escrito à máquina e copiografado, o saudoso Araújo Ferreira indicou uma pista de pesquisa que este roteiro se honra de apontar e seguir.
Num trabalho chamado «Energia Cósmica», Araújo Ferreira apresenta um conjunto de temas que a ciência académica ainda não assimilou nem assimilará tão cedo. Ou não assimilará nunca.
Imagine-se o que palavras como as que se seguem pode suscitar nas prevenidas cabeças dos especialistas, que vêem sempre o mundo com o olho de trás:
Amuletos
Casas assombradas
Circuitos oscilantes
Energia biológica
Fetiches
Ondas biológicas
Ondas cósmicas
Ondas de forma
Oscilações
Pirâmide de Keops
Radiestesia
Vibrações
Vibrações biológicas
Zonas de cancro
Para se aventurar a escrever sobre temas tão «estranhos», Araújo Ferreira socorre-se de alguns nomes franceses: René Barthélemy, Marcel Violet, Ménétrier, Gabriel Bertrand, Léon Vannier e, claro, do incontornável génio que foi George Lakhovsky.
Tem este texto um handicap insanável: está orientado no sentido de fazer a propaganda, na revista «Viver», que Araújo Ferreira então dirigia, de um aparelho, o «Bio-Dynamics», criado pelo eng. francês Marcel Violet e que era suposto dever entrar no mercado português ao preço de 3.750$00...
Mas se havia um óbvio interesse comercial no assunto, a verdade é que o tema da bionergia fascinava Araújo Ferreira como fascina qualquer espírito que navegue nas águas da Naturologia e queira ir além da vulgaridade positivista da ciência académica oficial.
Aliás, esse apelo da bionergia vinha do cultivo que Araújo Ferreira fez da Acupunctura.
Ele quis traduzir em termos ocidentais a sabedoria da bioenergética chinesa. Só que, para a ciência ocidental, há dificuldades insuperáveis para conseguir estabelecer uma Bioenergética. E são elas:
- o intrínseco e crasso materialismo de toda a ciência e de toda a sociedade ocidental
- a divisão e subdivisão das ciências que tornam não só impossível como herética qualquer tentativa de síntese holística ( síntese que é a própria definição de Bionergética)
- os preconceitos positivistas da ciência académica continuam a barrar qualquer caminho de abertura, no sentido quer macrocósmico quer microcósmico (ADN molecular)
- A ausência de uma cosmobiologia ocidental, enquanto a bioenergética chinesa se abebera numa fonte que tem mais de 10 mil anos de existência...
O MATERIALISMO OCIDENTAL
Aliás, a própria concepção do «Bio-Dynamics» - aparelho com que se pretendia «vitalizar» os alimentos e água de beber - já é, em si mesmo, resultado das limitações materialistas da ciência ordinária: a corrente eléctrica e os aparelhos que a utilizam, são uma parte - magnética e electromagnética - de todo o potencial vibratório e energético do ser humano.
Araújo Ferreira foi dos primeiros a utilizar acupunctura eléctrica e laser no seu consultório mas também foi dos primeiros a fazer algumas críticas a essa «limitação materialista» que contrariava o espírito e a natureza da medicina tradicional chinesa.
Quando Araújo Ferreira e Marcel Violet falam de bioenergia, estão a falar de energia electromagnética ou corpo físico. E o corpo físico é um dos 7 corpos energéticos que, segundo Rudolfo Steiner, constituem o potencial vibratório do ser humano.
Os aparelhos eléctricos (todos os aparelhos utilizados em medicina alopática e naturopática) limitam e aprisionam o potencial vibratório do ser humano nesse primeiro corpo físico, separando-o dos outros e mutilando assim o ser humano potencialmente composto de corpo, alma e espírito.
Raro é o fim de semana em que não seja anunciada, num hotel de Lisboa, mais uma apresentação de mais um maravilhoso aparelho eléctrico para tratar doentes em medicina natural. E a verdade é que esses aparelhos são um sucesso comercial: os terapeutas naturais caem lá todos e com um aparelho desses no consultório os doentes acorrem também e fazem bicha.
Pelo que se observa, temos os terapeutas, os doentes e os aparelhos eléctricos que merecemos.
DA BIOQUÍMICA À ALQUIMIA DA VIDA
É como precursor da moderna cura alquímica ou iniciática que devemos apreciar Araújo Ferreira e não como aquele que se aproveita da obra feita.
Mesmo como produto comercial, não está provado que o «Bio-Dynamics» não tivesse todas as virtudes proclamadas de «vitalizar» água e alimentos...
Na descrição dos metais, iões e eléctrodos que intervêm no aparelho, Araújo Ferreira acerta em cheio e as suas informações continuarão a ter pertinácia para uma ciência médica que queira abrir-se à actividade electromagnética da célula e que da bioquímica possa dar finalmente o salto para a alquimia da vida.
O cobre - diz ele - é o mais importante dos metais catalíticos, com um papel insubstituível na formação da clorofila (plantas) e da hemoglobina do sangue.
O magnésio influi sobre o tónus geral, consolida o esqueleto e regula o metabolismo do cálcio.
Níquel e zinco são reguladores do sistema nervoso.
Silício actua nos tecidos conjuntivos e cicatriciais, pâncreas, baço, fígado, suprarenais, problemas cardio-vasculares, cancro, arterioesclerose.
Ouro e prata são antisépticos e em casos de doença bacteriana ou virótica.
Vanádio age sobre a mineralização dos ossos e dentes.
Cobalto age sobre o artritismo, a circulação, a anemia perniciosa e lesões neurológicas.
Dos metais por ele citados, três são metais alquímicos: Cobre, Ouro e Prata. Faltou-lhe só citar Mercúrio, Ferro, Chumbo e Estanho para que ficasse completo o plantel dos 7 metais alquímicos.
Talvez se considerem simplistas os termos em que Araújo Ferreira fala dos elementos catalíticos.
Talvez: mas esses pressupostos levaram às 7 correntes mais importantes da medicina moderna:
- Alquimia alimentar (Michio Kushi)
- Gnose Vibratória e Alquimia da Vida (Etienne Guillé)
- Medicina antroposófica (Rudolfo Steiner)
- Medicina do Terreno orgânico
- Medicina Metabólica (Serge Jurasunas e Bernard Jensen)
- Medicina Ortomolecular (Linus Pauling)
- Oligoterapia (Ménetrier e Gabriel Bertrand)
Se a medicina, quer alopática quer naturopática, ainda não leva a sério estes dados, o problema é da medicina (doente crónica incurável) e dos doentes tratados por ela.
AS 7 MEDICINAS ALQUÍMICAS
Em todas elas são protagonistas os iões metálicos, de que a Bioquímica fala acidentalmente...
O menosprezo por estas 7 terapias deve-se, afinal, a uma razão meramente comercial: toda a terapia que for radicalmente eficaz como são essas sete terapias de terreno, tende a desaparecer de cena, porque não alimenta o negócio da doença que é o negócio dos hospitais, das vacinas, das farmácias, das faculdades de medicina, enfim, a engrenagem da doença a que, paradoxal e pateticamente, se continua a chamar saúde.
Quer em Alopatia quer em Naturopatia, as técnicas que recuperam a saúde serão sempre minimizadas ou marginalizadas. Tudo o que diminuir o número de doentes e a dependência dos doentes, quer em relação à Alopatia, quer em relação à Naturopatia, será menosprezado e esquecido por uma e por outra .
O princípio da «água vitalizada» comercializada por Marcel Violet e apresentada por Araújo Ferreira, é simples mas lógico e eficaz. Provavelmente iria diminuir drasticamente o número de doentes nos consultórios...
Não é abuso verbal nem metáfora que a energia cósmica seja chamada para um processo onde apenas parece haver reacções químicas.
Como o trabalho de Rudolfo Steiner (no livro «Fisiologia Oculta») e a Gnose Vibratória ou Alquimia da Vida de Etienne Guillé mostraram e demonstraram, estamos em plena era da alquimia médica, em plena era da cura iniciática, por mais atrasos de vida que se interponham no caminho entre macro e microcosmos.
O desastre das actuais medicinas deve-se, precisamente, a que doutrinas erradas se tornaram rentáveis e lucrativas para o sistema médico-farmacêutico. E só o que produz doentes é, obviamente, lucrativo e não o que drasticamente as diminui.
Quando for possível desapertar este nó que estrangula as duas medicinas - alopática e naturopática - talvez o doente seja libertado da escravidão que continua a suportar e a pagar do seu bolso, pensando que é a segurança social que paga.
Araújo Ferreira foi um dos que tentou, com maior veemência, dar esse salto epistemológico entre o velho e o novo paradigma..
ECOLOGIA HUMANA E ALIMENTAR
Pista que desafia a pesquisa é a «água das trovoadas».
Diz A. Ferreira:
«Em algumas regiões do mundo é normal o aproveitamento pelos camponeses da água das trovoadas. Esta água fertiliza e acelera o crescimento dos vegetais. Diversas observações confirmam (que) a existência de radiações cósmicas absorvidas pela água.»
Ao chamar a atenção para os factores adversos do ambiente externo que «desvitalizam» água e alimentos, A. Ferreira fornece mais uma pista que não tem sido, nem de longe nem de perto, assimiladas pelas duas medicinas, quer alopática quer naturopática: a Ecologia Alimentar, capítulo da Ecologia Humana, que se saiba não é ainda dada nas escolas médicas.
A. Ferreira aponta:
- Agricultura química
- Água canalizada com cloro
- Água engarrafada em matéria plástica
- Empobrecimento dos alimentos em sais minerais e vitaminas
- Fibras sintéticas na roupa
- Frigorificação de alimentos
Não aponta, claro, o que veio posteriormente a 1975 e que são as modas alimentares mais recentes:
- Microondas
- Hamburgers
- Congelados
Segundo A. Ferreira, a desvirtuação começa na alimentação infantil:
- Água fervida e, portanto, desvitalizada
- Alimentos cozidos, pasteurizados ou conservados e/ou em embalagens metálicas
Para uma lista mais completa, ele poderia ter acrescentado outros factores que se têm acumulado no ambiente e, portanto, na água de beber e nos alimentos:
- Aditivos alimentares
- Adubos
- Alimentos refinados
- Antibióticos
- Conservas
- Hormonas
- Metais pesados
- Metil mercúrio
- Pesticidas
O SER HUMANO É O MELHOR «APARELHO»
Daria certamente muita satisfação ao Araújo Ferreira saber que, pela Gnose Vibratória (Etienne Guillé) é possível ao ser humano constituir-se em «aparelho» biodinamizador de tudo o que toque: seres vivos, água e alimentos.
Para quem conheça a Gnose Vibratória, é fácil transferir de um metal (ou de uma cor) a respectiva carga vibratória e transmiti-la a uma água, alimento ou ser vivo que precise, assim, de ser «dinamizado».
Porque - nunca esqueçamos aquilo que todos parecem esquecer - temos eléctrodos, iões e actividade eléctrica nos nossos 600 biliões de células. Somos, portanto, o aparelho mais perfeito jamais inventado.
Lá se ia o negócio do «Bio-Dynamics» por água abaixo, o que - estamos certos - não incomodaria minimamente o Araújo Ferreira, mais interessado no ser humano do que nos negócios.
CONTRIBUTO PRECURSOR:
DA OLIGOTERAPIA À MEDICINA ALQUÍMICA
Ao chegar à página 63 da obra que estamos citando, Araújo Ferreira deveria revelar finalmente o que verdadeiramente lhe importa.
Não é vender o produto mas chamar a atenção para uma figura de que foi um dos primeiros a pressentir a importância : Georges Lakhovsky «um dos primeiros - conforme sublinha - a pôr em evidência as relações entre radiações cósmicas e fenómenos vitais.»
Igualmente antológico e precursor das medicinas «alquímicas» como a oligoterapia, é o texto de Araújo Ferreira que apresentamos em anexo deste trabalho.
Passando em revista os nomes de Gabriel Bertrand, Ménétrier e Léon Vannier, deixa um resumo da matéria médica verdadeiramente precioso num curso de Naturologia.
Para um aluno do 1º ano desta escola, que só no 2º ou 3º irá poder familiarizar-se com matérias tão importantes em Naturologia como são as terapias alquímicas e vibratórias, é muito conveniente que estas sínteses holísticas lhe comecem, como bússola, a indicar o caminho.
Para que o 1º ano não seja um calvário de ciências particulares de onde a vida e o ser humano se encontram totalmente ausentes.
Sendo a Oligoterapia uma etapa decisiva na medicina metabólica, na medicina do terreno e na medicina ortomolecular, não podemos no entanto esquecer que ela é apenas um antecedente das duas medicinas alquímicas modernas:
- A Antroposofia
- A Gnose Vibratória
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